O SIM DE MARIA


São Paulo diz que “por meio de um só homem o pecado entrou no mundo, e pelo pecado, a morte” (Rm 5,12). E que: “pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores, assim, pela obediência de um só, todos se tornarão justos” (v.19). Mas a desobediência de Adão foi precedida pela de Eva; por isso Deus precisou de uma Nova Eva que lhe fosse obediente, e como disse Santo Irineu, pela sua obediência “desatasse o nó da desobediência de Eva”. Essa nova Eva é Maria.

Jesus, pela Sua obediência ao Pai, desatou o nó da desobediência de Adão. “Foi obediente até a morte e morte de cruz” (Fl 2,6-8). Esse “aniquilamento” de Jesus desatou o nó da soberba e da desobediência de Adão.

Eva disse “não” a Deus, Maria Lhe disse um “sim” incondicional. Quando o Arcanjo Gabriel lhe anunciou que ela era a “eleita de Deus”, sua resposta foi imediata: “Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra!” (Lc 1,38). Essas palavras de Maria mostram uma obediência radical a Deus, independentemente do que Deus pudesse querer para ela. Obediência perfeita. Foi como se entregasse um cheque em branco nas mãos de Deus. Estava destruído o “não” de Eva; o Verbo de Deus poderia então se encarnar para salvar a humanidade.

Maria era obediente porque era humilde, a mais humilde mulher que Deus encontrou em Israel. E durante toda a sua vida ela foi fiel ao “sim” que deu a Deus. Não viveu para si, mas apenas para Deus. De imediato foi servir a Isabel que esperava o grande profeta João Batista, o Precursor do Senhor, foi submissa a José, ofereceu seu Filho no Templo, como mandava a Lei de Moisés, e logo ouviu a terrível profecia de Simeão que uma espada de dor transpassaria a sua alma. Maria viveu obediente sob o anúncio dessa espada; sabia que sua vida não seria fácil. Logo teve de fugir com José para o Egito para livrar o Menino das garras de Herodes; deixou sua casa, seu país, e foi para o exterior até que o malvado tivesse morrido.

Preparou o seu Filho, segundo a Lei de Deus, para ser o Salvador da humanidade. Acompanhou-O sempre em Suas missões; a seu pedido Ele fez o primeiro milagre; ouviu as ofensas e promessas de morte lançadas contra Ele por parte dos fariseus e doutores da lei; e quando chegou a hora amarga da Paixão, acompanhou o seu Filho até o Gólgota. Viu-O flagelado, coroado de espinhos, condenado como um facínora carregando uma cruz; e viu-O morrer pendurado no madeiro. Não se desesperou, não desanimou, ficou com Ele até o fim; manteve o seu “sim”. Viu seu Filho ressuscitado, vencer a morte e o pecado e nos dar a vida. O ”sim” de Maria venceu o “não” de Eva.
Façamos o mesmo.


Autor Prof. Felipe Aquino
Escritor e Apresentador
Canção Nova

Revista Canção Nova, janeiro 2010.


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